A primeira vez que ouvi o termo minimalismo como estilo de vida foi em um vídeo sobre consumismo. Até então, minimalismo para mim era apenas um movimento artístico do século XX.
Não é preciso ser nenhum expert para dizer que a nossa necessidade de acumular bens chegou a um ponto caótico. E nem todos conseguem (ou querem) enxergar isso e ainda possuem a ideia de que ter dinheiro e ter muitas coisas trazem a tal felicidade.
Diante disso, surge o minimalismo como estilo de vida. Não, você não precisa se demitir, vender suas roupas e viver no meio da floresta com apenas uma mala, ou viver em um apartamento pequeno branco e moderno com poucos móveis.
Minimalismo é muito mais do que um estilo de vida. É uma ferramenta que pode ajudar a todos aqueles que estiverem dispostos a se livrar dos excessos em favor de se concentrar no que é importante para encontrar a felicidade, realização pessoal e, principalmente, liberdade.
Fernanda Neute
Se você está interessado no assunto, leia o post e, em seguida, tente responder às perguntas no final em um papel ou apenas em sua cabeça. Em breve postarei alguns passos que você pode tomar para começar a viver uma vida mais simples, mais intencional ♥
O que é minimalismo?
A ideia-chave do minimalismo é: desapegar do que não está agregando valor à sua vida para dar espaço para coisas que agreguem. Permanecer com aquilo que é realmente importante e apenas adquirir realmente o que é necessário.
MENOS
desordem, falta de tempo, pensamentos negativos e relacionamentos tóxicos
MAIS
tempo, espaço e energia para as coisas que realmente importam para você
Basicamente, o minimalismo é sobre descobrir quais as coisas, pessoas e atividades são importantes para você e quais não são. É uma maneira de voltar a fazer escolhas conscientes ao invés de deixar com que os outros ditem como gastamos nosso tempo e dinheiro.
Parece simples, certo? O problema é que muitas vezes vivemos no modo “piloto automático” e estamos tão “pressos” na nossa rotina diária que não nos damos conta do que é que queremos na vida, ao invés daquilo que achamos que devemos desejar (de acordo com a sociedade, o meio ambiente ou as nossas próprias convicções).
Então, tentamos preencher esse vazio com mais coisas. Mais coisas para fazer, mais pessoas ao nosso redor… Nós enchemos o nosso calendário de compromissos, compramos mais do que precisamos, ficamos colados ao celular atualizando nossa mídia social com medo de perder algum evento ou acontecimento, mesmo quando a nossa vontade nada mais é do que passar a noite lendo no sofá.
Minimalismo não é sobre como se livrar das nossas coisas?
Na verdade não, mas os seus bens são um bom lugar para começar. As coisas que você possui, grandes ou pequenas, não são apenas coisas. Eles representam as suas aspirações, história, hábitos e valores.
É por isso que às vezes pode ser tão difícil desapegar de algo tão simples como uma camisa velha da escola. Pois, para você, não é apenas uma camisa. Ela representa uma etapa importante em sua vida e está ligada a uma série de sentimentos e memórias. Por isso, fazendo uma limpa nas coisas que já não tem um lugar ou significado em sua vida já pode ter um efeito muito terapêutico, porque obriga você a avaliar atentamente e lidar com esses tipos de emoções subjacentes.
O estado do espaço a nossa volta também tende a ser uma representação do estado de nossa mente. Precisamos de um ambiente agradável, calmo, alegre e livre de desordem para nos sentirmos descansados.
Livrar-se das minhas coisas? Mas eu amo minhas coisas!
O minimalismo não se trata de números. Não é sobre possuir o mínimo possível ou fazer tão pouco quanto possível. Trata-se de possuir e fazer exatamente o que você quer ou precisa.
Então, se você quiser ter 15 suéteres porque você ama cada um deles e os veste sempre, isso é ótimo! Mas se o seu armário é uma bagunça abarrotada que faz com que se vestir seja uma tarefa árdua, então a história é outra.
Ser minimalista pode significar coisas diferentes para diferentes pessoas. O que uma pessoa pode achar “muito cheio e barulhento”, pode ser um espaço perfeito de vida minimalista para outra, porque ele contém todas as coisas que ela precisa para sua vida e aquilo que ela quer ter ao seu redor.
É um equívoco comum achar que o minimalismo é acima de tudo sobre MENOS, em subtrair o que for possível. Mas, na verdade, é apenas sobre subtrair as coisas ruins, as coisas que drenam sua energia. E então, depois de ter removido essas coisas, adicionar de volta o que te trás algum valor.
Quando nós identificamos o que não é mais necessário, começamos a tomar decisões mais conscientes e isso acaba nos libertando das preocupações, angústias, medo e das armadilhas do consumo que nos fazem sentir como se estivéssemos presos aos nossos empregos ou a certos círculos sociais.
Então, como posso começar a viver uma vida mais simples?
Não existe regra para ser minimalista. Não existe uma lista com 10 passos que farão você se livrar de tudo o que é desnecessário da sua vida. Até porque, cada sabe o que é importante para si mesmo. Esta mudança está ligada ao que cada um entende como felicidade.
Por isso, não está errado querer ter roupas legais, um carro confortável ou uma casa grande se essas coisas são importantes para você e fazem a sua vida feliz. O problema está no verdadeiro significado que essas coisas possuem em nossas vidas e no sacrifício que as vezes a gente faz para possuí-las, sem perceber o quanto elas podem arruinar o nosso bem-estar, saúde e os nossos relacionamentos.
Tem quem pense que quem segue esse estilo de vida só o possui porque não tem recursos financeiros para comprar o que quer. Mas, o estilo de vida minimalista é justamente ao contrário! Mesmo podendo comprar, abre mão do consumismo.
Pergunte!
Que coisas, pessoas e atividades estão atualmente agregando valor à sua vida e quais não? Para o que você gostaria de ter mais tempo? Aqui estão algumas perguntas para você começar:
- Liste 3-5 coisas que você considera mais importantes na sua vida. Será que a forma como você gasta o seu tempo se reflete nessas coisas?
- Que parte do dia que você espera ansiosamente? Por quê?
- omo o espaço em que você vive faz você se sentir?
- Quantas horas por dia você passa apressado, estressado ou ansioso? O que (ou quem) está causando isso?
- Qual é o seu lugar favorito em sua casa / apartamento? Por quê?
- Com que frequência você faz as coisas só por diversão?
- Que atividades te deixam com uma sensação de frescor e reenergizado?
- Qual dos seus compromissos (projetos paralelos, clubes, associações, etc.) realmente agregam valor à sua vida e quais não?
- Se esta semana você teve um dia livre / de folga, como você o aproveitou?
- Você é bom em dizer não?
Tenha mais tempo para o que realmente importa: ser feliz! Aproveite a vida do jeito que você sempre quis. Seja viajando, lendo os livros, trabalhando… Mas, sem cair na vida padronizada que temos em mente como modelo único.
E, logo, publicarei um post com algumas formas para você começar a viver uma vida mais simples e intencional.